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O Ultimate Boeing 747 gambit 2 é um nome sugerido por Martin Bittencourt para o que pode ser entendido como uma versão do argumento contra a existência de Deus formulado pelo biólogo novo-ateu Richard Dawkins, o Ultimate Boeing 747 gambit. Esta versão foi formalmente apresentado no site The Freethought Zone e esquematizado da seguinte maneira:[1]

  1. Fenômenos extremamente complexos que não podem mesmo em princípio serem explicados como surgidos a partir de princípios mais simples e fundamentais são extremamente improváveis.
  2. Deus, por definição, é um ser que é
    1. consciente
    2. fundamental (no sentido de não ter evoluído ou derivado de qualquer coisa mais fundamental)
  3. Seres conscientes são necessariamente extremamente complexos.
  4. De (2.1) e (3), Deus é extremamente complexo.
  5. Como Deus é fundamental (2.2), Deus não pode ser em princípio explicado como surgindo de princípios mais simples e fundamentais.
  6. Logo, a existência de Deus é extremamente improvável.

Avaliação[]

Muito embora seja mais claro do que a sua versão anterior (o argumento original da maneira que Dawkins o apresentou), esta versão do Boeing 747 gambit é deficiente por alguns motivos:

  • Ele falha em diferenciar seres metafisicamente necessários e seres contingentes.
  • Ele falha em definir "complexidade" de tal forma que se aplique a uma consciência. Consciências não são feitas de partes (no caso da definição de Dawkins) e nem são entidades múltiplas (de acordo com a definição de Occam - veja Navalha de Occam), de modo que pode-se concluir que consciências não são complexas. Além disso, ele se resume em "decretar" que a consciência é complexa, sem dar motivos razoavelmente aceitáveis para tal alegação.[2]
    • O argumento aparentemente falha em diferenciar "consciência" de "pensamentos" que uma dada consciência possui,[3] mas mesmo neste caso Deus não seria complexo já que seus pensamentos, de acordo com a teologia clássica, são unificados e consisos, não divididos em várias proposições como os pensamentos dos seres humanos.[4]
    • O argumento postula uma visão de "consciência" que se assemelha a um cérebro ou a um microprocessador de computadores, como por exemplo em: "consciência requer a abilidade de armazenar e acessar informação que é ligada junta em muitas maneiras intrincadas assim como a habilidade de processar essa informação e raciocinar."[3] Todavia, não é apresentado nenhuma defesa do porquê de ver-se a consciência de tal maneira, em especial no caso de Deus com sua forma de pensamento distinta dos humanos e computadores (que distingue informação de forma separada e em proposições, ao contrário da mente divina onisciente). Aparentemente, tal observação é baseada na idéia anti-dualista de que "nossas mentes são nossos cérebros", o que é uma visão que, mesmo se corrreta para os seres humanos, é impossível de se sustentar quando se aplica a Deus, já que este não possui cérebro (i.e. é uma mente incorpórea). Neste caso, o argumento cometeria a falácia de petição de princípio, pois deveríamos pressupor que Deus não existe (ou que "provavelmente" não existe) para aceitarmos tal visão anti-dualista contida na premissa e requerida para crer-se na mesma.

Referências

  1. Science, Complexity, and God (em inglês). The Freethought Zone. Página visitada em 17 de abril de 2011.
  2. Science, Complexity, and God (em inglês). The Freethought Zone. Página visitada em 17 de abril de 2011. "Consciousness by its very nature is complex;"
  3. 3.0 3.1 Science, Complexity, and God (em inglês). The Freethought Zone. Página visitada em 17 de abril de 2011. "To see that consciousness itself is complex, consider that consciousness requires the ability to store and access information that is linked together in many intricate ways as well as the ability to process that information and to reason. The web of intricately interconnected data that consciousness requires is extremely complex."
  4. Craig, William Lane. Does God Know an Actually Infinite Number of Things? (em inglês). ReasonableFaith.org. Página visitada em 17 de abril de 2011.


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