O problem do mal infantil é a versão do problema do mal que analisa se a existência deste na vida de pessoas com pouca idade (bebês e crianças) constitui evidência ou prova de que um ser onipotente, onisciente e onibenevolente (i.e. Deus) existe.
O argumento pode ser dividido sobre a extensão do mal considerado (males durante a vida do menor ou morte deste) e se é dedutivo ou indutivo. Segue algumas formulações possíveis do argumento:
- Crianças inocentes sofrem males.
- Eu não consigo conceber/Não há nenhuma razão suficiente que Deus teria para permitir o sofrimento de crianças inocentes.
- Logo, Deus não existe.
- Crianças inocentes morrem.
- Não há motivo pelo qual Deus poderia permitir que crianças inocentes morressem.
- Logo, Deus não existe.
- Se crianças inocentes sofrem males, então Deus não existe.
- Crianças inocentes sofrem males.
- Logo, Deus não existe.
Avaliação[]
O argumento é inválido em todas as suas versões, em muito por causa dos mesmos problemas presentes nas demais versões do argumento.
- Ele não postula uma base para a existência do mal; apenas toma-o como garantido. Como a existência de Deus é necessária para que o mal exista, o argumento acaba se auto-contradizendo. Veja argumento do mal para o teísmo.
- Não há motivo para supôr que a morte de crianças constitua algo moralmente mal. Tendo em vista que é largamente defendido pelo teísmo cristão que os menores vão para o Paraíso caso morram, conclui-se que alguém que postula a morte de crianças como algo mal o está fazendo sem fundamento.
- Versões do argumento que alegam que não há razão moral suficiente para Deus permitir o mal na vida de crianças baseiam-se em pura especulação.
- Versões do argumento que alegam que o seu defensor não sabe qual seria a razão moral suficiente para Deus permitir o mal na vida de menores apenas demonstram que esta pessoa é ignorante e confirmam o que está previsto nas Escrituras (que nunca compreenderemos Deus plenamente), mas jamais a conclusão "Deus não existe" segue desta premissa.
Referências