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       Uma das tradicionais objeções ateístas à existência de Deus, muito embora seja normalmente focado contra o trabalho da apologética cristã, é a argumentação que diz respeito aos vários conceitos de Deus existentes quando se está a escolher uma religião. Em outras palavras, o que é argumentado é que "mesmo se Deus existisse, qual seria o Deus verdadeiro?". Esta objeção é relacionado ao problema de evitar o inferno errado, uma certa crítica à aposta de Pascal.

Apresentação[]

Apologética[]

Esta objeção é falha por alguns motivos.

Má análise dos conceitos[]

A objeção falha em apresentar uma má análise dos conceitos apontados, quando não uma total falta da mesma. Na opinião de muitos religiosos, os conceitos de Deus e deuses presentes nas religiões aos quais não pertencem são "inconcebíveis" e ilógicos, bem como demonstravelmente inaceitáveis e irracionais. Por exemplo, para o Cristianismo a idéia de um deus de pedra criador dos céus e da terra é obviamente absurda, uma vez que este deveria existir antes do universo, o que não condiz com a sua natureza material. Logo, todos os conceitos de deuses que caem neste grupo já são demonstravelmente falsos. Um ateu, todavia, que considera tais conceitos na sua objeção deveria apresentar, portanto, uma razão pela qual tal conceito (e outros igualmente absurdos) são possíveis de estarem certos caso algum deus exista, o que aparentemente nunca foi feito (e dificilmente se fará, já que os próprios ateus negam a existência de tais deuses). Poucos são os conceitos de Deus e deuses que requerem uma análise mais detalhada de sua natureza para que se verifique que são impossíveis ou pouco prováveis.

O testemunho do Espírito Santo rejeitado[]

Para que a objeção também faça sentido, o testemunho do Espírito Santo de que Ele existe (o testemunho que autentica a si mesmo, como se diz) deve ser negado, uma vez que se tal existe, então automaticamente a aceitação dos vários conceitos de deuses não-abraâmicos já ficam invalidados e inaceitáveis. Todavia, como este testemunho possui papel importante no Cristianismo, negá-lo poderia já constituir uma petição de princípio sobre o Cristianismo, invalidando sua aceitação pela parte cristã antes mesmo de se analisar a conclusão.

Má análise de conversões[]

Para o lado cristão, esta objeção também consiste numa má análise das conversões ao Cristianismo que, segundo muitos, é uma evidência da falsidade dos demais conceitos de Deus não-abraâmicos/cristãos. Tendo em vista que, nesta opinião, as diversas conversões das mais variadas religiões ao Cristianismo é testemunho de que esta é a verdadeira religião, apelar para a objeção é negar tal evidência, o que não só constituiria uma petição de princípio sobre esta linha de pensamento (para que se aceitasse o argumento, já teria-se que negar este ponto já na premissa sem explicação prévia), como uma argumentação em falso por não explicar tal negação.

A saída para o crítico, neste caso, seria demonstrar que as conversões para o Cristianismo são fúteis como, por exemplo, apresentando conversões paralelas (i.e. com a mesma significância) de cristãos para outras religiões. Todavia, aparentemente isso jamais foi feito, de modo que o argumento não se sustenta. Por exemplo, no caso das menções a desconversões, estas raramente saem dos chamados "falsos cristãos", aqueles que, como se afirma, "nunca leram a Bíblia, nunca oraram, acreditavam porque seus pais os ensinaram, nunca foram salvos genuinamente, não tinham a evidência do fruto do Espírito, etc." ou de pessoas que caíram quando estavam fracos espiritualmente, sendo sucintos a todo tipo de pensamento anti-cristão de origem espiritual ou filosófica sem estarem em condições de plenitude racional e espiritual para lidarem com as mesmas. Concluindo de forma resumida, trata-se de uma má análise das evidências.

Logo, conclui-se que enquanto as conversões (de peso) ao Cristianismo por parte de ex-não-cristãos não forem devidamente refutadas, esta pesam como evidência de que o Cristianismo é a verdadeira religião, de modo que a menção aos diversos conceitos não-cristãos de Deus tornam-se desprezíveis e inaceitáveis para aqueles que consideram esta uma evidência em favor do Cristianismo.

Falácias[]

O argumento, ao menos normalmente, constitui uma união das falácias do espantalho e de muitas perguntas, isso porque a pergunta (ou crítica) é feita partindo-se do pressuposto de que os argumentos cristológicos - e bem assim argumentos que defendem outras religiões em específico, como os argumentos para o Corão - são falsos, na maioria dos casos sem que tenha sido verificado um consentimento a este respeito ou que tais argumentos tenham sido previamente refutados. Isso também constitui um espantalho em dois sentidos: em primeiro lugar, pode ser sobre a mesma questão das muitas perguntas, já que trataria-se de uma má análise e incompreensão da apologética cristã, que inclui a defesa em específica de Cristo e do Deus abraâmico como através dos argumentos cristológicos e do cosmológico Kalam. Em segundo lugar, porque em muito o trabalho da apologética é apresentada não como a defesa de uma religião em específico, mas como a defesa da existência de Deus (i.e. "de algum Deus"), sem se tocar no assunto de qual é a religião correta, mas na base da alegação de que o ateísmo, agnosticismo e outros são insustentáveis. Quando a objeção é levantada a este "tipo" de trabalho de apologética, portanto, consiste num apelo a um ponto que não só não está sendo tratado, como também à fuga da realidade de que, independente de qual seja o conceito verdadeiro de Deus, se for demonstrado que pelo menos um existe, então o ateísmo já é irracional e insustentável.

Finalmente, também é uma petição de princípio, já que a premissa de que os vários conceitos de Deus são possíveis só é aceito por ateus e relacionados, não por religiosos que defendem a existência do Deus ou deuses da religião ao qual pertencem.

Conclusão[]

Como demonstrado acima, esta objeção é inválida por uma série de motivos, a maioria dos quais cai na contra-objeção de que, para que tal argumento fosse racionalmente apontado, precisaria-se de muitos dados corretos previamente apresentados, o que aparentemente nunca foi feito no nível requerido. Também constitui uma grande petição de princípio, já que sua aceitação em muito depende da invalidação de várias crenças e pontos defendidos pelos religiosos: sua conclusão está implícita na premissa, algo inválido para a aceitação de um oponente.[1]

Por outro lado, é considerável que nem os próprios ateus deveriam aceitar e usar tal objeção a fim de justificarem-se, já que: 1) ao alegarem que uma vez Deus existindo vários conceitos de Deus são possíveis (e, em teoria, não haveria como saber qual é o Deus verdadeiro), estão auto-contradizendo-se, pois indiretamente estão defendendo o ponto de que todos estes conceitos são mesmo possíveis, o que em muito injustifica o ateísmo, pois se é assim, somente evidências contrárias (e não a ausência delas) justificariam o ateísmo, o que não é o que acontece. Tais evidências, todavia, seriam justamente utilizadas para negar que todos os conceitos são possíveis, que é uma auto-contradição na posição ateísta. Logo, ao considerar a possibilidade da existência de todos ou quase todos os conceitos de Deus uma vez Deus existindo, estão a negar o próprio ateísmo: a consideração de evidências contrárias entraria em auto-contradição sobre os ditos "conceitos possíveis". 2) muito embora funcionaria como uma crítica sarcástica à religião (desconsiderando-se os pontos acima), ela não justifica o ateísmo, pois independente de qual seja o conceito de Deus o verdadeiro, se sequer um é verdadeiro, então o ateísmo é injustificável e irracional, de modo que a objeção em nada é útil para defender o ateísmo. 3) Trata-se de um argumento falacioso como visto acima e, portanto, é recomendável que não se faça uso dele.

Referências[]

  1. Craig, William Lane. Connection between the Moral and Cosmological Arguments (em inglês). ReasonableFaith.org. Página visitada em 11 de maio de 2010.
Objeções comuns contra ateísmo e teísmo
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