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Deus das lacunas é provavelmente o caso mais famoso do raciocínio falacioso "conclusão à partir de ignorância"[nota 1] e que consiste em afirmar, com base na confessa ausência de conhecimento sobre alguma coisa, que, portanto, a sua explicação é sobrenatural.[1] O raciocínio pode ser resumido da seguinte maneira:[2]

  1. Há uma lacuna no entendimento de algum aspecto do mundo natural.
  2. Logo a causa desse aspecto deve ser sobrenatural.

Na literatura corrente, tanto a premissa acima descrita quanto a conclusão variam. Por exemplo, a primeira premissa às vezes apresenta-se na forma pessoal, "isso não tem explicação!" ou "a ciência não tem explicação para isso", enquanto a conclusão pode se referir diretamente a Deus ou qualquer outra divindade. Exemplos de argumentos com essa forma de raciocínio incluem:

  • "Eu não sei como o raio pode existir, então deve ser Zeus quem o faz".[1]
  • "Um homem curou-se dum câncer e nenhum exame médico conseguiu explicar como isto aconteceu. Isso só pode ter sido um milagre de Deus!

Avaliação[]

Se por um lado há um consenso entre filósofos de ambos os lados que qualquer argumento que fosse um "Deus das lacunas" seria problemático e inaceitável, não há um consenso sobre se argumentos em particular o são ou se a maioria, senão todos, os argumentos teístas constituem-se em "Deus das lacunas" - enquanto o mesmo pode ser demonstrado como falso para vários dos argumentos já concebidos.

Como a definição do termo indica, há uma série de condições necessárias e, juntas, suficientes para que algo X seja um argumento "Deus das lacunas":

  1. Precisa ser um argumento;
  2. Precisa postular "Deus" (ou uma entidade ou evento sobrenatural) como a explicação para alguma coisa ou evento;
  3. Precisa confessar ignorância quanto a explicações diferentes (i.e. não "sobrenaturais") para aquela coisa ou evento;
  4. Precisa fazer a inferência à explicação Deus/sobrenatural a partir da confissão de ignorância quanto a explicações diferentes para aquela coisa ou evento.

Dadas as condições acima retiradas da definição de "Deus das lacunas", é visível que muitos dos argumentos para a existência de Deus não se encontram nessa categoria. Por exemplo, todos os argumentos dedutivos (como o Kalam, da razão e o da causalidade eficiente) não afirmam ser Deus "a explicação correta (ou melhor) para algum evento", mas a conclusão necessária de uma série de premissas entendidas como verdadeiras. Muitos dos argumentos indutivos, por outro lado, também não são "Deus das lacunas" uma vez que não se baseiam sobre a ignorância [confessa] sobre explicações naturalistas, antes justamente considerando-as em seus desenvolvimentos (o argumento dos fatos mínimos para a ressurreição é um exemplo).

Veja também[]

Notas

  1. Não confundir com a falácia apelo à ignorância.

Referências

  1. 1.0 1.1 Craig, William L.. God of the Gaps (em inglês). ReasonableFaith.org. Página visitada em 11 de fevereiro de 2015.
  2. Retirado de God of the gaps na Wikipédia anglófona. Página acessada em 12 de fevereiro de 2015 (link).


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