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O argumento contra a existência de Deus de revelações inconsistentes assevera que é difícil que Deus exista porque muitos teólogos e religiosos produziram revelações conflitantes e mutualmente excludentes. Uma vez que uma pessoa que não tenha tido revelações apenas pode ser aceite ou rejeitada baseando-se unicamente sobre a autoridade de seu defensor, e não há meios para um simples moral resolver estas afirmações conflitantes por investigação, torna-se prudente reservar seu julgamento.[1]

O argumento também é utilizado para demonstrar a dificuldade de aceitar-se a existência de qualquer deus sem uma revelação pessoal. Muitos dos argumentos para a existência de Deus não são específicos a alguma religião e podem ser aplicados a muitas senão todas as religiões com igual validade.[1] A aceitação de qualquer religião assim requer a negação de todas as outras, e quando confrontados com estas reivindicações concorrentes na ausência de revelação pessoal, é difícil decidir-se por alguma delas. Onde uma revelação pessoal fosse ser concedida a um descrente, o mesmo problema de confusão iria se desenvolver em cada novo indivíduo com a qual o crente compartilha sua revelação.[1]

Cristãos acreditam que Jesus é o salvador do mundo e o FIlho de Deus; os judeus, em sua maioria, não acreditam nisso. Similarmente, muçulmanos acreditam que o Corão foi divinamente escrito, enquanto que os judeus e os cristãos não. Há muitos exemplos destas visões em contraste, de fato, em oposição com crenças fundamentais entre as religiões e mesmo dentro de uma grande religião. O Cristianismo, por exemplo, possui muitas divisões (denominações), cada qual com suas doutrinas que nem sempre são mutualmente compatíveis.[1]


Aparições[]

O argumento aparece, entre outros lugares, no Candide de Voltaire e no Philosophical Dictionary. Ele também é manifestado na alegação de Denis Diderot de que, seja quais provas são oferecidas para a existência de Deus no Cristianismo ou em qualquer outra religião, "um Imam pode raciocinar da mesma maneira".[2] Ele também foi utilizado por John Shook em seu debate com William Lane Craig como contra-argumento ao argumento da experiência pessoal.[3]

O problema evitando o inferno errado é satirizado no episódio 58 do South Park, Probably.[1]

Apologética[]

O argumento acaba por extrapolar sobre o que as ditas evidências afirmam. Expondo o argumento da seguinte forma, pode-se entender isso melhor:

  1. Várias pessoas alegam passar por experiências pessoais.
  2. Cada pessoa alega, segundo sua crença, que suas experiências são explicadas por conhecimentos específicos (normalmente ditados pela religião em que acreditam).
  3. Todavia, é obviamente impossível que todas estas religiões estejam corretas.
    1. Isso significa que as experiências pessoais entram em conflito: o hindu x não pode ter sentido a presença de Krishna ao mesmo tempo que o cristão y sentiu a presença do Espríto Santo.
  4. É relativamente claro que nem todos os deuses são compatíveis.
    1. Existem alguns deuses que, se fossem admitidos por alguma religião, não iriam negar outra religião, uma vez que possuem deuses compatíveis (ex.: Zeus - Júpiter).
    2. Todavia, a existência de alguns deuses são totalmente incompatíveis com a existência de outros, de modo que ambos não podem existir ao mesmo tempo (ex.: o Deus Trino do Cristianismo com deuses pagãos).
  5. Logo, é bem mais provável aceitar que nenhuma religião está correta e que nenhum deus existe.

Extrapolação[]

Uma análise clara sobre o que está sendo argumentado revela que este ponto de vista não passa de pura especulação: a única conclusão que se pode extrair das evidências apontadas é de que há um erro na interpretação das experiências religiosas, não que elas não ocorram. Dessa forma, um cristão pode admitir perfeitamente que um kardecista alegue que recebeu a visitação de um espírito, apenas não sendo apto a aceitar que tratava-se de um "espírito amigo", mas, segundo o Cristianismo bíblico, de um demônio. Desta forma, o fato de haver várias interpretações das experiências não significa que elas não sejam reais e, logo, que nenhuma religião esteja correta.

Nota-se, porém, que há uma distinção entre a aceitação de uma religião e a aceitação de que o sobrenatural existe: se alguém decide não tomar partido em nenhuma religião por não conseguir distinguir qual é o conjunto de revelações/experiências pessoais corretas e quais são aqueles que estão interpretando incorretamente, então tal posição é justificável como prudente. Todavia, ainda assim ela é simplesmente incapaz de dizer que tais revelações e experiências não ocorreram e, logo, negar a existência do sobrenatural. Se por outro lado ela tentar negar a existência do sobrenatural com base neste conflito, então estará negando a evidência com base em erros de interpretação da evidência, o que é racionalmente injustificável.

À luz do Cristianismo[]

Pelo ponto de vista do Cristianismo, este argumento não é nem um pouco ruim, uma vez que todos os eventos ocorridos em outras religiões são perfeitamente explicáveis à luz da Bíblia. Desta forma, um cristão pode viver perfeitamente confiante da existência de Deus e da veracidade de suas experiências pessoais sem ter que acusar religiosos de outras religiões como mentirosos, mas apenas defender o a tese de que estão enganados sobre aquilo que estão presenciando.

Mais notavelmente, o Cristianismo possui a vantagem dos testemunhos de conversões de pessoas das mais variadas religiões que, uma vez tendo aceitado a Cristo, conseguiram e conseguem identificar e aceitar perfeitamente que suas interpretações do que presenciavam estavam erradas, desta forma dando aos cristãos as evidências necessárias para se compreender que, de fato, não só aquelas experiências realmente ocorrem (mais uma vez confirmando a existência do mundo sobrenatural), como também de ser a visão cristã a correta sobre tais eventos.

Todavia, um "argumento da descrença" poderia ser mencionado como refutação a esta alegação, apontando que há também ex-cristãos que alegam que sua antiga religião era falsa. Todavia, os dados empíricos mostram que tais pessoas que se desconvertem não possuem a menor autoridade para proclamar a falsidade das interpretações das experiências espirituais cristãs e tampouco sobre a sua visão sobre as experiências de outras religiões, uma vez que tais indivíduos normalmente são pessoas que nunca tiveram contato real e duradouro (experiência) com o sobrenatural pelo Cristianismo (por exemplo, não eram batizados no Espírito Santo), tendo sido cristãos apenas por uma fé cega e, nas palavras de Dawkins, "por inércia", o que lhes tira total credibilidade sobre a questão de experiências pessoais. A maioria dos cristãos que se desconvertem, vale mencionar, ou eram relmante falsos cristãos, detentores de uma fé cega, ou caíram por causa de pecado, o que jamais testifica contra a interpretação cristã das experiências pessoais.

Notas

Referências

  1. 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 Retirado de Argument from inconsistent revelations na Wikipédia anglófona. Página acessada em 6 de abril de 2010 (from inconsistent revelations&oldid=353152797 link).
  2. Diderot, Denis. Pensées philosophiques, LIX, Volume 1 (em <Língua não reconhecida>). [S.l.]: J. Assézar, 1746. p. 167. ISBN.
  3. John Shook v. William Lane Craig Debate: "Does God Exist?" (em inglês). Estrelando William Lane Craig e John Shook. Debate entre William Lane Craig e John Shook. Publicado no YouTube por centerforinquiry em 25 de junho de 2009. Visualizado em 7 de janeiro de 2011. Duração: 1:04:46.


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