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Nota: Verificar se este argumento já não foi escrito sob outro nome.

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       O argumento de apelo aos detalhes (também podendo ser considerado uma objeção) consiste numa resposta comum entre os ateus em termos de contra-apologética a argumentos que demonstram a existência de Deus como um ser superior, mas que são incapazes de garantir todos os atributos deste ser, de forma que, segundo o argumento, embora um ser superior possa existir, não necessariamente ele é Deus. Ele é bem comum como resposta aos argumentos cosmológicos. Uma outra versão consiste notar que os muitas vezes escassos atributos garantidos a Deus num dado argumento possibilita que muitos dos conceitos de "deus" apresentado por religiões sejam verdadeiros, não necessariamente o Deus abraâmico (que é o geralmente defendido).

Apologética[]

Na maioria dos casos, é impossível conseguir provar a existência de um Deus relativamente complexo como o Deus cristão em todas as suas definições e atributos a partir de um único argumento. Um argumento mais completo como o argumento cosmológico Kalam até consegue reunir em si a existência de um Deus com bastante atributos iguais ao do Deus cristão (poder, transcendência, entidade pessoal, etc.), mas ainda assim é incapaz de juntar todos (falta o aspecto de moral e do caso de Jesus ser Divindade ou não).

Todavia, Deus, em seu sentido mais geral, não necessariamente possui todos os atributos que se crê estarem presentes no Deus cristão ou numa outra forma de teísmo mais complexo como as outras religiões abraâmicas. Isto significa que basta a comprovação de que existe uma entidade que possui alguma das definições exclusivas de Deus (a Causa do Universo, o maior ser logicamente concebível, uma causa exterior ao Universo que explica a sua existência ao invés de sua inexistência, etc.) que a afirmação "Deus existe" já passa a fazer sentido mesmo que uma base para a escolha de uma religião em específico ainda não tenha sido exposta.

Mais ainda, muito embora a simples existência de uma forma simples de Deus não seja argumento forte o suficiente para alguém ser convertido a alguma religião ou mesmo a uma forma de teísmo - normalmente ficando apenas no deísmo -, o próprio confronto do lado ateísta é muitas vezes não desferido numa religião em particular, mas simplesmente em "Religião", isto é sobre todas as religiões. Desta maneira, se é conseguido demonstrar que alguma forma de Deus existe (mesmo que seja numa forma completamente básica, como por exemplo de Primeira Causa), então isso já é o suficiente para fazer com que o ateísmo por tais indivíduos defendidos perca o sentido.

A conclusão que se tira, portanto, é que este argumento em forma de objeção aos argumentos teístas para a existência de Deus não possui valor filosoficamente aceitável, constituindo em mais um simples empecilho insignificante contra a existência de Deus.

Qual deus?[]

A resposta de que "não precisa ser o Deus cristão" é igualmente injustificada e consiste em pura distração, tendo em vista que se trata de um escape do ponto principal.

Em defendendo a existência de Deus, muitos argumentos são completamente neutros com relação ao conceito de Deus que estão defendendo. Em outras palavras, não há nenhuma direção sobre qual dos muitos conceitos de deuses é o verdadeiro - tirando as qualidades deste Ser expressamente colocadas no argumento (e.g. primeira causa não-causada num dos argumentos cosmológicos de Aquino). Todavia, defender um conceito específico e complexo de deus não é o objetivo da maioria dos argumentos sendo exatamente este o problema que leva muitos teístas a fazerem casos cumulativos para uma dada religião (veja quadro abaixo). Logo, apontar para a o caso "não tem que ser o Deus cristão" constitui não apenas uma distração, como também uma incompreensão do argumento.

No final, o ateísmo continua sendo injustificado.

Funcionalidade em grupo[]

Entre muitos apologistas (como Richard Swinburne[1]) há o consenso de que os argumentos para a existência de Deus não devem ser tomados separadamente, mas em conjunto, e somente aí eles possuem uma validade real (normalmente de valor indutivo). Uma vez que isto é reconhecido, entende-se que um ateu realmente disposto a refutar os argumentos teístas deve considerá-los em forma conjunta e interrelacionada, jamais separada, sob o risco de estar cometendo uma falácia de espantalho ao tentar desprovar os argumentos que reconhecidamente só possuem valor numa forma mais complexa e forte do que a sua simples explanação solitária.

Referências[]

  1. Comentários dele no 1º capítulo do seu livro The Existence of God.
Argumentos para o Teísmo
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