Teonis Wiki
Register
Advertisement

O argumento da Evolução de Gerkin é um caso especial do argumento da evolução formulado por Kyle J. Gerkin e inicialmente publicado no artigo "A Counterclockwise Paley".[1]

Apresentação[]

Gerkin inicia a apresentação da sua proposta mencionando uma formulação do famoso argumento teleológico de Paley que resume da seguinte maneira:[1]

  1. Se você estivesse caminhando numa floresta e acontecesse de vir a cruzar com uma pedra, você poderia supor que aquela pedra estivesse lá desde a aurora dos tempos.
  2. Todavia, se você estivesse caminhando pela floresta e viesse a cruzar com um relógio, você não iria supor que ele esteve lá desde a aurora dos tempos.
  3. Uma inspeção no relógio iria revelar uma organização complexa de engrenagens e outras partes mecânicas claramente projetadas para o propósito de registrar o tempo.
  4. Como nós sabemos, uma inteligência criativa (aquela dos humanos) é responsável pelo projeto dos relógios.
  5. Quando nós examinamos a estrutura de organismos biológicos (como os humanos), eles revelam uma complexidade impressionante de design adequado a várias funções.
  6. Assim, organismos biológicos (incluindo humanos) precisam ter sido projetados por uma inteligência criativa.
  7. Nós podemos chamar esta inteligência criativa de "Deus".
  8. Logo, Deus existe.

Após considerar algumas das críticas tradicionais desferidas ao trabalho de Paley, o autor lembra que até Charles Darwin propôr o mecanismo evolutivo por seleção natural era difícil de se imaginar uma explicação melhor do que a do design para a complexidade da vida na Terra. Uma vez considerando tanto a obra de Darwin quanto a visão compatibilista adotada por muitos teístas entre Deus e a evolução, Gerkin defendeu ter descoberto "um argumento poderoso para o ateísmo" que resume da seguinte maneira:[1]

  1. Complexidade organizada é o produto de design consciente ou seleção natural.
  2. Inteligência é um exemplo de complexidade organizada.
  3. Logo, inteligência e o produto de design consciente ou seleção natural.
  4. Seres inteligentes são capazes de projetar inteligência (i.e. inteligência artificial de um computador programado por humanos).
  5. Todavia, apenas um único mecanismo já foi descoberto que pode produzir inteligência sem requerer a existência de uma inteligência anterior. Este mecanismo é evolução por seleção natural.
  6. Logo, a primeira inteligência evoluiu.
  7. Evolução requer:
    1. Auto-replicação (hereditariedade) com um pouco de imperfeita fidelidade de cópia (mutação).
    2. Um meio que pode favorecer um replicador sobre outro (competição).
    3. Tempo para (7.1) e (7.2) se manifestarem.
  8. Nenhuma das condições em (7) estavam presentes antes da existência do universo.
  9. Logo, inteligência não existia antes do universo.
  10. Logo, o universo não teve um criador inteligente.

Avaliação[]

Esta versão do argumento da evolução possui vários problemas. Como um começo, tem-se que a primeira premissa poderia ser considerada uma falsa dicotomia uma vez que é claro, ao menos prima facie, que há outras opções explanatórias tais como puro acaso e necessidade física. Igualmente problemática é a segunda premissa que é inteiramente injustificada e provavelmente falsa - "inteligência" é uma característica mental-intelectual eminentemente simples ainda que possa ser necessário um instrumento de alta complexidade organizada para que venha a existir, tal qual um cérebro. Esse problema fica manifesto na conclusão "inteligência e o produto de design consciente ou seleção natural", uma afirmação incompatível com a plena possibilidade de seres inteligentes existirem de forma incausada (como no caso de Deus).

Referências

  1. 1.0 1.1 1.2 Gerkin, Kyle J. (2002). A Counterclockwise Paley (em inglês). Infidels. Arquivado do original em 14 de abril de 2010. Página visitada em 14 de abril de 2010.



Advertisement