O argumento da escala (do inglês argument from scale)[1] é um argumento contra a existência de Deus. Seu criador é provavelmente Nicolas Everitt que teria-o publicado pela primeira vez no seu livro "The Non-Existence of God".[1] O argumento, em resumo, afirma que tendo em vista a presente condição do universo em termos de tamanho, momento em que os seres humanos existiram em relação ao início do universo e momento em que os seres humanos existiram em relação ao surgimento dos demais animais, o fato de que há um universo como este é mais provável dado o ateísmo do que o teísmo cristão.
O argumento pode ser resumido da seguinte maneira:
- A cosmovisão teológica assume um deus que criou o universo com seres humanos centralizados.
- Um corolário de (1) é que o universo seria acessível e não hostil aos seres humanos.
- Um corolário de (1) é que os seres humanos iriam aparecer logo após outros animais e logo após o início do universo.
- Um corolário de (1) é que a Terra seria um local de importância no universo e que o universo estaria numa escala humana.
- "Essas expectativas são largamente o que encontramos na(s) história(s) da criação de Gênesis."
- A ciência contradiz as proposições em (1).
- Seres humanos não existiram pela maior parte da história do universo.
- Parece razoável propôr que o universo é maior em muitas ordens de magnitude do que a escala humana.
- Outros animais existiram sem humanos pela maior parte da história da vida.
- "Resumindo, então, tudo o que a ciência moderna nos diz sobre o tamanho e escala e natureza do universo ao nosso redor o revela como sendo notavelmente inapto como uma expressão de um conjunto de intenções divinas do tipo que o teísmo postula".[1]
Avaliação[]
O argumento possui alguns problemas. Por exemplo, a primeira premissa, muito embora seja geralmente crida e em especial por cristãos populares, não realmente verdadeira. Muito embora a Bíblia constantemente afirma a importância que os seres humanos têm para Deus ao ponto de Deus mandar seu Filho, Jesus, para morrer por nossos pecados numa clara demonstração de imenso amor para conosco, em nenhum momento a Bíblia afirma que os seres humanos possuem um papel central na criação. Além disso, tal alegação pode ser demonstrada falsa uma vez que se leva em consideração que, de acordo com a teologia cristã, todas coisas existem para a glória de Deus, nunca para a do homem de qualquer maneira: "Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas." (Rm 11:36)[2] Dessa forma, longe de ser o ser humano o centro da criação, Deus o é. Este problema fica ainda mais evidente quando considerado as palavras de [provavelmente] Nicolas Everitt:
"Deus decide criar um universo no qual os seres humanos serão a jóia. Apesar dele ter cuidado para com toda a sua criação, Deus terá um cuidado especial para com seres humanos. Ele dará a essas criaturas o poder da livre escolha."[1] (ênfase acrescentada)
Uma vez que a primeira premissa é falsa, necessariamente todo o argumento cai. Todavia, o argumento ainda possui outros problemas, como a falta de justificativa que é necessária para se crer na segunda premissa e suas sub-premissas - estas foram simplesmente tomada como verdadeiras.
Referências