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O argumento da beleza (ou argumento Mozart[1] ou argumento da experiência estética[2]) é um argumento para a existência de Deus que se fundamenta sobre a existência ou capacidade humana de apreciação da beleza no mundo para concluir que Ele existe. O argumento têm sido formulado de várias maneiras, tanto apelando para uma suposta natureza transcendental da beleza (versões tradicionais) como numa análise probabilística quanto a existência da mesma dada as hipóteses explanatórias concorrentes, i.e. teísmo e naturalismo.[3]

Exposição[]

Argumentos da beleza existem em pelo menos três formas: da sua natureza transcendental, da sua própria existência e da capacidade de seres [humanos] apreciarem-na.

Existência da beleza[]

Uma formulação simplista desta versão é apresentada por Peter Kreeft da seguinte maneira:[2]

  1. Há a música de Johann Sebastian Bach.
  2. Logo deve haver um Deus.

Ou você vê esse ou você não vê.

Swinburne coloca a sua versão do argumento da seguinte maneira:[4]

Deus possui razão para fazer um mundo basicamente belo, apesar de também ter razão para deixar parte da beleza ou feiura do mundo dentro do poder de criaturas para determinar; mas parece que ele teria razão imperiosa para não fazer um mundo basicamente feio além do poder das criaturas para melhorar. Assim, se existe um Deus há mais razão para esperar um mundo basicamente belo do que um mundo basicamente feio. A priori, todavia, não há nenhuma razão particular para esperar um mundo basicamente belo a um mundo basicamente feio. Em consequência, se o mundo é belo, esse fato seria evidência da existência de Deus. Por que, nesse caso, se nós deixarmos k ser "existe um universo fisicamente ordenado", e ser "existe um universo belo" e h ser "existe um Deus", P(e/h.k) será maior do que P(e/k)... Poucos, todavia, iriam negar que o nosso universo (à parte dos seus habitantes humanos e animais e aspectos sujeitos ao seu controle imediato) possui essa beleza. Poetas e pintores e homens ordinários ao longo dos séculos têm há tempos admirado a beleza da procissão ordenada dos corpos celestes, a dispersão das galáxias através dos céus (em algumas vezes randômica, em outras vezes ordenada), e as rochas, mares e o vento interagindo com a terra, "O firmamento espacial nas alturas, e todo o céu etéro azul", a água batendo contra "as eternas rochas velhas", e as plantas na selva e os climas temperados, contrastando com o deserto e as planíces do Ártico. Quem em sã consciência negaria que aqui há beleza em abundância? Se nós nos confinarmos ao argumento da beleza dos mundos inanimados e das plantas, o argumento certamente funciona.
Swinburne, R. The Existence of God

Apreensão da beleza[]

Nesta outra versão, o que está em jogo é a capacidade de alguns seres (especificamente humanos) de apreciarem a existência de beleza. Argumenta-se que isso é compreensível e até certo ponto esperado dado o teísmo, mas não há razão alguma para esperar que o mesmo ocorreria no naturalismo e especialmente no contexto de evolução naturalista. Alvin Plantinga comenta:

Numa antropologia naturalista, nossa alegada apreensão e apreciação de (alegada) beleza há de ser explicado em termos de evolução: de alguma maneira surgiu no curso da evolução, e algo sobre suas manifestações anteriores tiver valor de sobrevivência. Mas cacofonia miserável e desgostante (heavy metal?) também poderia ter sido aquilo que teríamos por belo. Na visão teísta, Deus reconhece a beleza; de fato, está profundamente envolvido na sua natureza. Apreender a beleza de um concerto em D Minor de Mozart é apreender algo que está objetivamente lá; é apreciar aquilo que é objetivamente digno de apreciação.

Referências

  1. Plantinga, Alvin. Two Dozen (or so) Theistic Arguments - Lecture notes by Alvin Plantinga (em inglês). Página visitada em 20 de abril de 2010.
  2. 2.0 2.1 Kreeft, Peter J.. The Argument from Aesthetic Experience (em inglês). The Official Peter Kreeft Site. Página visitada em 2 de janeiro de 2011.
  3. Retirado de Argument from beauty: Richard Swinburne na Wikipédia anglófona. Página acessada em 8 de julho de 2010 (link).
  4. Swinburne, Richard. The Existence of God (em <Língua não reconhecida>). 2. ed. [S.l.]: Oxford University Press, 2004. ISBN 0199271682.


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