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A questão do ônus da prova e a existência de Deus diz respeito a quem detém o dever de apresentar justificativa para o seu posicionamento. Trata-se de um tema recorrente na filosofia da religião, sobretudo no meio popular, principalmente devido à recorrente insistência da parte de alguns não teístas, particularmente ateus, em tentar justificar a sua descrença em Deus sem precisar apresentar argumentos para isso, i.e. sem precisar defender explicitamente o ateísmo. Embora seja comum encontrar não teístas que defendam que apenas os teístas possuem o ônus da prova, tais como Frank Zidler[1] e Christopher Hitchens,[2] a opinião geral entre os teístas parece ser a de que ambos os lados possuem uma justificativa a apresentar[fonte?].

Visões[]

Deus e ônus da prova
Argumentos não teístas
Argumentos teístas
Argumentos neutros positivos
  • Quem afirma
  • Crença não evidente
Argumentos neutros negativos
  • Responsabilidade pessoal
  • Probabilidade subjetiva

Há, em essência, quatro visões quanto ao ônus da prova relacionado à existência de Deus: a ateísta, que afirma que o ônus jáz sobre os ombros dos teístas; a teísta, que afirma o oposto da anterior; e a neutra positiva, que afirma que ambos os lados devem lidar com o ônus; e a neutra negativa que defende que ninguém possui ônus da prova.[3]

O teísta tem o ônus[]

  • O argumento da afirmativa positiva para ônus da prova teísta defende que "aquele que faz uma asseveração positiva" é que tem o ônus da prova. O raciocínio aplicado é semelhante àquele do meio jurídico, onde detém o ônus aquele que faz a acusação cabendo a este provar que a sua acusação é verdadeira. Como o teísta é que está a "acusar" a existência de Deus, caberia a este justificar-se. Geralmente tal afirmação é defendida ao lado de algo como a presunção do ateísmo ou a redefinição do termo "ateu" como simplesmente "aquele que não acredita que Deus existe", enquanto que "teísta" é defendido num sentido mais próximo do tradicional, "aquele que afirma que Deus existe".
  • Argumento da probabilidade anterior baixa ônus da prova teísta: De acordo com o filósofo Paul Draper, a probabilidade anterior da existência de Deus é baixa e, por isso, é o teísta que detém o ônus da prova.[3]
  • Em sua obra Is there a God?, Bertrand Russell defendeu a "tese do bule de chá de Russell" segundo a qual é dever daquele que afirma o teísmo defender as suas afirmações quanto à existência de Deus, não sendo dever do cético demonstrar o seu ceticismo.[4]
  • O filósofo ex-ateu Antony Flew defendeu o que mais tarde veio a ser chamado de presunção ateísta: a tese de que o ateísmo é a posição default e que, por isso, o único que precisaria de justificativa para suas visões seriam aqueles que acham que devemos sair dessa posição padrão; aqueles que estiverem nela
  • Alguns afirma que "não é possível provar uma negativa", incluindo proposições como "Deus não existe". Dessa forma, o ateísmo ficaria naturalmente isento de defender a sua posição e o único que deveria justificar-se seria aquele que defende a positiva, i.e. a existência e Deus.

O ateísta tem o ônus[]

  • O argumento da crença generalizada para ônus da prova teísta afirma que a maior parte das pessoas no mundo são teístas ou algo próximo de teístas, fazendo com que a crença em divindades seja "a crença padrão". Nesta situação, aquele que abraça a crença padrão estaria naturalmente justificado pela inércia (na mesma medida em que aquele que acredita no heliocentrismo está justificado, mesmo sem se atentar apropriadamente sobre as evidências), enquanto que os que rejeitam a crença padrão, indo na contramão da "tradição", é que deveriam se explicar.[3]
  • O argumento da natureza da fé de Martin Bittencourt atesta que, dada a definição de que ateus gostam de utilizar - "crença na ausência de evidências" -, o teísta não precisaria justificar seu posicionamento (i.e. não precisaria providenciar evidências para sua crença em Deus), ficando a cargo do ateísta demonstrar que o objeto de sua fé não procede caso este queira questionar aquele.

Todos têm o ônus[]

  • O argumento da afirmativa tem o ônus da prova defende que quem afirma alguma coisa, automaticamente possui o ônus da prova sobre aquilo que afirma.
  • O argumento da justificativa de crenças não evidentes atesta que toda a crença que não é auto evidente requer justificação.[3] Na medida que tanto o teísta quanto o não teísta possuem visões igualmente não evidentes, ambos precisam justificar a sua visão.

Ninguém têm o ônus[]

  • O argumento da responsabilidade epistemológica pessoal sobre ônus da prova afirma que todas as pessoas possuem a sua própria responsabilidade "epistemológica", i.e. de descobrirem o que é verdadeiro e o que não é, não cabendo a ninguém mais do que elas mesmas de procurarem saber se há justificação ou aval epistêmico para uma crença. Nota-se que esta visão é compatível com a visão de que "quem faz a afirmativa, detém o ônus da prova".
  • O argumento da subjetividade de probabilidade independente de justificação atesta que qualquer tentativa de estabelecer a probabilidade de uma visão de forma independente da sua justificação é totalmente subjetiva.[3] Na medida que o a questão ônus deveria ser decidido com base na probabilidade anterior tanto do teísta quanto do ateísmo, conclui-se que não é possível atestar quem detém o ônus da prova.

Veja também[]

Referências

  1. What Does Atheism Really Mean? (Craig vs Zindler) (em inglês). Estrelando William Lane Craig e Frank Zindler. Debate entre Craig e Frank Zidler. Presente na lista de reprodução "The Definition of Atheism and Burden of Proof" (link). Publicado no YouTube por drcraigvideos em 1 de dezembro de 2010. Visualizado em 3 de dezembro de 2010.
  2. Purushadasa[1] e William Lane CraigLane Craig. (16 de junho de 2010). ❤ Dr. Craig POWNS atheist Hitchens ❤ (em inglês). Visualizado em 3 de dezembro de 2010.
  3. 3.0 3.1 3.2 3.3 3.4 Draper, Paul. God and the burden of Proof (em inglês). Página visitada em 4 de março de 2015.
  4. Vallicella, Bill (30 de novembro de 2008). Russell's Teapot: Does it Hold Water? (em inglês). Maverick Philosopher. Página visitada em 7 de março de 2015.
Definição de ateísmo
Outros
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